Revolucionário na luta contra tumores, este novo tratamento foi eleito o mais promissor pela Sociedade Americana de Oncologia

Considerado o mais promissor tratamento contra o câncer nos últimos anos pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a imunoterapia inspira otimismo, avança nas clínicas e acende esperança de pacientes. A nova classe de remédios basicamente utiliza o próprio sistema imunológico dos pacientes para destruir os tumores.

A categoria médica que já estava animada com a descoberta recente de que muitos tipos de câncer podem ser tratados usando desta estratégia, agora comemora também a possibilidade de tratar os casos que não tinham opção, ou pelo estado avançado da doença ou porque já ela havia atingido outros órgãos. A imunoterapia provoca o organismo do paciente a identificar as células cancerosas e atacá-las, por meio de drogas que modificam a resposta imunológica. Isto é, em vez de mirar o câncer, os remédios imunoterápicos estimulam as defesas do organismo para que elas mesmas detectem a doença.

A maior parte dessas terapias envolve as drogas conhecidas como “bloqueadores de checkpoint”. Elas obstruem um receptor das células do sistema imunológico que é utilizado pelos tumores para se tornarem invisíveis às defesas do organismo. Nesse contexto, o sistema imunológico não percebe a doença como uma ameaça e a deixa evoluir. E é aí que entra a imunoterapia: ao bloquear esse sistema, ela faz o próprio corpo combater o tumor.

A boa surpresa é que foram descobertos também cinco novos usos para os inibidores destes pontos de verificação: câncer de cabeça e pescoço, bexiga e pulmão e linfoma de Hodgkin. Em 30 anos, por exemplo, esse é o primeiro tratamento que surge contra nódulos malignos originados na bexiga. Entretanto, há desafios ainda pela frente. Os benefícios destes medicamentos não são eficazes para todos os pacientes com estes tumores, então os estudos buscam agora identificar este público. Porém, nos casos em que a resposta é positiva, os benefícios são de longo prazo e traz efeitos colaterais menores que os da quimioterapia, principalmente entre os idosos.

Na prática, são drogas injetáveis, administradas a cada duas ou três semanas. Estima-se que quando funciona a sobrevida do paciente é três vezes maior. Os pacientes tratados com o método não apresentam queda de cabelo, náuseas, vômitos e a fraqueza característica após os tratamentos quimioterápicos. Mas podem apresentar inflamações do intestino grosso ou pulmão. Trata-se de um tratamento com menor impacto na qualidade de vida do paciente.

A duração do tratamento da imunoterapia depende da eficácia das drogas no combate à doença e da reação de cada paciente ao tratamento. É comum a utilização da imunoterapia por até dois anos. Não existe um período predeterminado. A utilização da imunoterapia para crianças ainda está em fase inicial de estudos, contudo avançando com agilidade. O tratamento ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).