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Quando se fala em cuidados paliativos, muitas pessoas ainda associam a ideia ao fim da vida, abandono do tratamento ou desistência. Mas essa visão não corresponde à realidade.

Na verdade, os cuidados paliativos são uma forma de assistência que tem como foco a qualidade de vida do paciente, aliviando sintomas e oferecendo suporte físico, emocional e social durante o enfrentamento de uma doença grave.

O que são cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos são uma abordagem de saúde voltada para pacientes que enfrentam doenças que ameaçam a vida, como câncer, insuficiência cardíaca, doenças neurológicas, entre outras.

Diferente de outras áreas da medicina, que têm como foco exclusivo a doença, os cuidados paliativos olham para a pessoa como um todo, considerando suas necessidades e bem-estar.

Isso significa que eles podem ser aplicados em qualquer fase da doença, não apenas nos momentos finais.

Que tipos de suporte os pacientes recebem?

Os cuidados paliativos são multidisciplinares, envolvendo médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais.

Entre os principais objetivos estão:

  • Controle da dor e de sintomas como náuseas, falta de ar e fadiga;
  • Apoio psicológico e social ao paciente e à família;
  • Melhora da qualidade de vida durante e após os tratamentos;
  • Auxílio na tomada de decisões sobre terapias e cuidados.

Não é desistir do tratamento

Ao contrário do que muitos pensam, receber cuidados paliativos não significa parar o tratamento do câncer ou de qualquer outra doença.

Eles podem caminhar junto com terapias como quimioterapia, radioterapia, cirurgia e outros procedimentos, oferecendo suporte para que o paciente enfrente os efeitos colaterais e recupere o equilíbrio necessário para continuar.

Em alguns casos, o paciente pode até se curar, em outros pode viver por muitos anos com acompanhamento. O ponto central é sempre o mesmo: aliviar o sofrimento e dar dignidade à vida.

O desafio no Brasil

Apesar de sua importância, os cuidados paliativos ainda não são amplamente oferecidos no Brasil.

  • O país tem poucas equipes especializadas em relação à demanda;
  • A maioria está concentrada em grandes centros urbanos, dificultando o acesso em regiões mais distantes;
  • Muitas faculdades de medicina ainda não incluem a disciplina em sua grade curricular.

Esses fatores alimentam o preconceito e a desinformação em torno do tema.

Mais que prolongar a vida: oferecer dignidade

A vida é imprevisível: alguns pacientes viverão meses, outros anos, e muitos podem até se curar. Por isso, os cuidados paliativos não têm como foco a quantidade de tempo de vida, mas sim a qualidade desse tempo.

Eles representam um compromisso com o objetivo maior da medicina: aliviar o sofrimento humano, em todas as suas dimensões.

Na Onkologica, acreditamos que cada paciente merece cuidado integral, acolhimento e dignidade em todas as fases da sua jornada.

(Essas informações não substituem a avaliação individual feita por um especialista.)

Dra. Juliana Lorenzoni Althoff

Diretora Técnica Médica – CRM 12765 | RQE 6239