Nos últimos anos, a ciência tem nos dado motivos para acreditar que o câncer de colo do útero pode se tornar uma doença do passado. Isso porque uma nova geração de meninas está crescendo protegida contra o HPV (papilomavírus humano), principal responsável por esse tipo de câncer, graças à vacinação.
O que é o câncer de colo do útero e como ele surge?
O câncer de colo do útero é causado, em mais de 99% dos casos, pela infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV). Esse vírus é transmitido pelo contato sexual e, em algumas pessoas, pode levar a alterações celulares que evoluem para o câncer.
O problema é que a infecção pelo HPV é silenciosa. A maioria das pessoas entra em contato com o vírus ao longo da vida sem saber. Em muitos casos, o sistema imunológico elimina a infecção naturalmente, mas em outros, o vírus persiste e provoca alterações pré-cancerígenas que, se não forem detectadas e tratadas, podem evoluir para o câncer de colo do útero.
Os impactos da vacinação no futuro
A vacina contra o HPV é uma das maiores revoluções da medicina preventiva. Ela protege contra os subtipos do vírus mais associados ao desenvolvimento do câncer de colo do útero, além de prevenir outras doenças relacionadas, como verrugas genitais e alguns tipos de câncer de boca e garganta. Quando administrada na infância ou adolescência, antes da exposição ao vírus, a vacina tem eficácia próxima de 100%.
Pesquisas já mostram uma redução significativa na incidência de infecções pelo HPV e nas lesões pré-cancerígenas em países que adotaram programas amplos de vacinação. Isso significa que, em algumas décadas, podemos ter um cenário onde o câncer de colo do útero será uma condição rara, evitando milhares de mortes e reduzindo custos com tratamentos oncológicos.
O Brasil tem um programa gratuito de vacinação contra o HPV pelo SUS, que inclui meninas e meninos a partir dos 9 anos. No entanto, a adesão ainda não é a ideal. Muitos pais desconhecem a importância da vacina ou têm receios infundados sobre a sua segurança. É essencial reforçar que a vacina contra o HPV é segura, eficaz e recomendada por todas as principais organizações de saúde do mundo, incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
O papel da conscientização
Para garantir um futuro sem câncer de colo do útero, é fundamental que a população compreenda a importância da vacinação. Campanhas educativas nas escolas, unidades de saúde e nas redes sociais ajudam a desmistificar o assunto e incentivam os pais a protegerem seus filhos.
A nova geração de meninas está crescendo com uma vantagem histórica: a oportunidade de evitar um câncer que já foi um dos mais comuns entre as mulheres. Se continuarmos incentivando a vacinação, poderemos alcançar, nos próximos anos, uma geração livre do câncer de colo do útero.
A Onkologica apoia essa causa e reforça a importância da prevenção. Converse com seu médico, vacine seus filhos e ajude a construir um futuro mais saudável para todos.
Dra. Juliana Lorenzoni Althoff
Diretora Técnica Médica – CRM 12765 | RQE 6239